Foto: Renan Mattos (Diário)
O crescente uso da tecnologia e a proliferação de notícias falsas, conhecidas como fake news, motivaram o debate da aula magna do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A convidada foi a pesquisadora Cicilia Peruzzo, professora e doutora em Comunicação Social, que veio a Santa Maria no final de outubro para participar, também, do 7º Encontro Regional de História da Mídia, a Alcar Sul 2018.
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Cicilia falou sobre as três décadas de vigência da Constituição Federal e o meio século do ato institucional imposto em 1968, o AI 5. A pesquisadora colocou em discussão a complexa tarefa dos veículos de comunicação para enfrentamento dos desafios da história atual e da disseminação das fake news na sociedade.
O Diário conversou com Cicilia Peruzzo, que destacou seu posicionamento frente ao atual cenário da comunicação, principalmente no período eleitoral. Ouça a entrevista completa:
Diário de Santa Maria - Como você analisa a fake news e como combatê-la?
Cicilia - É um grande problema na circulação da informação. A fake news vira um negócio, promove uma desinformação e um movimento contrário à veracidade. Isso é problemático. As pessoas demoram a perceber que a informação é falsa e isso vai criando uma onda de notícias em que nem todos ficam sabendo que aquilo não era verdadeiro. Estamos num momento bastante complicado nesse sentido. Para combater, temos que chegar à informação verdadeira, com a checagem, a contrainformação, o desmascaramento e a difusão em igual proporção à notícia falsa. Isso serve para o jornalista pensar que a fonte tem que ser buscada na realidade e que não se pode confiar no que está circulando nas redes sociais. Sugiro a volta ao velho sistema de apuração. Ela se torna cada vez mais necessária.
Diário - Como você percebe os avanços tecnológicos? De que forma utilizá-los para o bem?
Cicilia - Durante anos, nós víamos as possibilidades participativas para o bem, e de repente, vem tudo ao contrário. Acho que é um desafio, pois há um embate entre forças divergentes. Talvez tenhamos que pensar num denominador comum para fazer frente contra esse tipo de complexidade, justamente no sentido de pensar a humanidade, o interesse público e para onde queremos ir enquanto sociedade.